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05/07/2011

Metro quadrado mais caro da China equivale ao de Leblon e Ipanema

Um apartamento de 150 metros quadrados entre parques, templos, uma montanha e um lago na cidade de Hangzhou vale R$ 6 milhões.
Dezenas de moradores se reúnem em praças todos os fins de tarde em Hangzhou, na província de Zhejiang, na China, para dançar ao som de hits locais. Ao lado, crianças fazem aulas de patins com instrutores contratados pelos pais. Enquanto isso, outros andam de bicicletas – que são públicas e gratuitas nas primeiras duas horas - em torno do cartão postal da cidade, um lago de 15 quilômetros de circunferência, o dobro do perímetro da lagoa Rodrigo de Feiras, do Rio de Janeiro.
Ao fundo, uma montanha tem no topo um templo budista que fica com o contorno iluminado quando anoitece. Mas o cenário e o bem-estar têm um preço alto. Um apartamento de 150 metros quadrados na região chega a custar R$ 6 milhões, dez vezes o valor médio em grandes cidades chinesas e mesmo preço pago por um semelhante nas praias de Ipanema e Leblon, na capital fluminense.
“Tem piscina, segurança 24 horas, ar condicionado, fica a apenas 50 metros do lago e a academia está terminando de ser reformada”, diz Bill Chang, corretor da imobiliária Fortune, que comercializa e aluga apartamentos luxuosos na região. Ele fala de um apartamento de 150 metros quadrados no edifício Westlake Mansion. “E há muitos estrangeiros nas redondezas,” acrescenta, sorrindo, querendo dizer que isso é uma qualidade a mais, apesar de não falar uma palavra em inglês para atender esses clientes.
A região tem também shoppings de rua e de luxo, boas escolas públicas e privadas, grandes redes de supermercados e ruas limpas e floridas. Na borda do lago, chamado de West Lake, há charmosos restaurantes internacionais e chineses. Um jantar com entrada, prato principal e sobremesa e música ao vivo pode custar entre R$ 15 e R$ 40 por pessoa, valores altos para o país.
Os apartamentos de luxo da região não têm mais de seis andares, para preservar a vista da natureza. O preço do metro quadrado varia de 100 mil yuan a 160 mil yuan (R$ 25 mil a R$ 40 mil), segundo Caroline Zhao, analista da empresa de consultoria LEK. “Apesar de termos apartamentos caríssimos em Xangai, os de Hangzhou são mais famosos pela melhor qualidade de vida,” afirma. O preço médio do metro quadrado em Xangai é 16 mil yuan (R$ 4 mil). “Os valores subiram bastante nos últimos anos,” afirma o corretor Chang.
Não só ali, mas, em toda a China, o custo das residências foi uma das principais forças da inflação nos últimos meses, ao lado dos alimentos, segundo economistas do banco JP Morgan. “O componente moradias tem sido uma preocupação crescente”, afirmam os economistas na pesquisa “Mercados Emergentes da Ásia”, publicada em janeiro deste ano.
Em média, paga-se 4 mil yuan (R$ 1 mil) o metro quadrado nas grandes cidades chinesas, como Pequim, Chongqing e Shenzhen. Mas, dependendo da localização, é comum pagar 50 mil yuan (R$ 12 mil). Em lugares muito privilegiados, os preços chegam perto dos valores da região do lago em Hangzhou.
Mercado equilibrado
Tanto os valores dos imóveis como os dos aluguéis vêm crescendo a um forte ritmo na China. No final do ano passado, as locações tiveram o maior aumento em seis anos, de 6,3% em novembro com relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com o JP Morgan.
Mas David Li, economista da Universidade de Tsinghua, de Pequim, descarta o risco de uma bolha imobiliária na China. Segundo ele, os preços aburdamente altos, como é o caso da região de WestLake em Hangzhou são exceções e a intervenção do governo central no mercado contribui para o equilíbrio do setor.
Esse balanço acontece pois no mercado imobiliário chinês atuam tanto empresas estatais como privadas, explica Li. Quando os preços cobrados pelas privadas começam a subir, o governo trata logo de lançar empreendimentos mais baratos, para forçar as companhias a praticarem valores mais baixos. “Este mercado é um exemplo de como o modelo chinês que mistura as forças livres da economia e do poder central funciona no país." Segundo o economista, há alguns anos, o setor de imóveis do país era puramente dependente das forças do mercado, “por isso os preços começaram a subir tão rápido”. “Agora, o governo está tentando ter uma mistura de um mercado público com um privado, que está dando certo e impedindo uma alta maior.”
CemitériosSe viver bem pode custar caro, morrer também. Em 4 e 5 de abril, quando comemora-se o feriado de Finados na China, diversos jornais locais destacaram o aumento dos preços de um espaço para os túmulos nos cemitérios das grandes cidades.
O diário “China Daily” conta que um trabalhador de Pequim pagou 60 mil yuan (R$ 15 mil), “mais do que a renda anual de toda a família”, por um espaço de 0,5 metro quadrado no cemitério de Futian, na capital chinesa, em 2009. Ele queria apenas enterrar as cinzas de seu sogro (na China, a cremação é mais comum e, segundo a empresa de saúde China Healthcare Holdings, 4,5 milhão de corpos levaram este fim em 2009). O preço, de dois anos para cá, saltou a 100 mil yuan (R$ 25 mil), segundo o jornal. Atualmente, o mesmo espaço custa a partir de 40 mil yuan (R$ 10 mil) em Xangai.
Fonte: IG