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03/04/2013

Mercado pede nome de prédio em língua estrangeira, dizem construtoras

Com mercado imobiliário aquecido e preços do metro quadrado em alta, não vai ser tão cedo que construtoras e incorporadoras vão atrair quem sonha em comprar um apartamento por meio de placas "SALE 50% OFF", como acontece nas lojas de roupas. Ainda assim, usar um nome preferencialmente em língua estrangeira é a fórmula mais adotada para seduzir quem está pronto para assinar o contrato que facilmente supera os seis dígitos.“Tem muito Maison [casa, em francês] e muito Garden [jardim, em inglês]. Se isso estiver ligado a uma proposta estratégica, tudo bem. O que não posso é morar num The Garden e não ter jardim”, diz Felipe Valério, consultor de Identidade Verbal da Interbrand. Por estratégia, de acordo com ele, deve-se imaginar o que as empresas propõem e que tipo de público elas querem atingir.
Segundo Valério, ainda existe a cultura de que a palavra de outro idioma vem apropriada de glamour. “Já é possível ver o uso de termos em inglês em imóveis de baixa renda, mas [os incorporadores e as construtoras] sabem que essa palavra não pode ser muito rebuscada, porque o morador precisa saber pronunciar. Por isso, termos mais simples como ‘top’ ganham espaço”, diz.
A MRV, maior construtora e incorporadora do País, adota há dez anos regra que condiciona o nome à cidade. “Em São Paulo, usamos Santo mais o nome do empreendimento. Em Porto Alegre, é Porto e mais alguma palavra, em São José dos Campos, usamos Campo”, afirma Henrri do Verge, gestor de marketing da companhia. Uma reunião entre os departamentos comercial, jurídico e de marketing decide qual nome será adotado, desde que “seja sonoro e sem algum elemento que o deprecie”. Exceções são adotadas dependendo da localização. “A localização em um bairro nobre também influencia. Em Belo Horizonte, no bairro da região sul da cidade chamado Sion [com metro quadrado de R$ 5 mil, segundo FipeZap], temos o Terrazzo Sion”, diz o gestor.
Apesar colocar em sua cartilha que há espaço para nomes que remetam ao espaço urbano e que homenageiem figuras públicas, a MDL Realty diz que atualmente a escolha do nome é para conceituar o empreendimento, “pois é a sua marca”.
Neste sentido, vale adotar ícones do luxo e se aproximar de elementos da culinária. No Rio de Janeiro, a MDL Realty possui o Bourgogne Résidences Gourmet, cujo maior atrativo é um espaço gourmet (termo em francês relacionado à ideia de alta gastronomia e também à exclusividade) subterrâneo com adega para moradores.
“Decidimos dar ao empreendimento o nome de Bourgogne porque ele foi concebido com o conceito gourmet e Bourgogne é uma região reconhecida mundialmente por ter uma das mais importantes vitiviniculturas da França”, diz a gestora.
Com apartamentos de até 400 m² de até R$ 5,3 milhões na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o FontVieille toma emprestado o nome de um bairro de Mônaco. Cada uma de suas quatro torres homenageia uma personalidade de destaque do principado situado na Riviera Francesa: Maison des Guelfes, Maison Grimaldi, Maison Saint Charles e Maison Charles Premier.
“O FontVieille foi desenvolvido sob a ótica de um 'Residencial Arte'”, afirma Ricardo Correa, diretor de marketing da Carvalho Hosken. Telas originais de artistas brasileiros e reproduções como a da escultura “O beijo”, de francês Auguste Rodin, ajudam a compor a decoração das áreas comuns.
Toda essa sedução funciona? “O nome traz um pouco de brio para quem compra. Entendo esse cuidado de tornar o nome algo inspirador, mas tem que se tomar cuidado para que ele não seja tão inspirador como todos os outros da mesma rua”, diz o consultor da Interbrand.

Fonte: IG